O apoio que Mônica Marchett oferece hoje ao esporte é uma consequência direta da sua trajetória de vida e das percepções ao longo do caminho. Em paralelo com a carreira bem-sucedida na pecuária – ela é referência em genética animal à frente do Grupo Mônica, fundado pelo pai há 50 anos –, a empresária sempre se preocupou em aprofundar os conhecimentos sobre espiritualidade e desenvolvimento pessoal.
Ao cursar pós-graduação em Cuidados Integrativos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Mônica entrou em contato com uma série de filosofias, métodos e terapias. Frequentou também a Oneness University, na Índia, e foi aluna, em Nova York, do renomado psiquiatra norte-americano Robert Epstein. A soma dessas experiências a levou a criar o Instituto Vida Mônica Marchett, como um espaço para impulsionar o potencial humano.
Cada vez mais convencida de que o equilíbrio entre matéria e energia é a chave para uma existência realizadora, Mônica chegou naturalmente à decisão de destinar uma importante parte da atuação do Instituto a causas ligadas ao esporte. Passou a fazer isso por meio do patrocínio a atletas admiráveis que encontraram nessa parceria uma garantia de poder avançar em suas modalidades e garantir sua evolução, assim como mostrar para as novas gerações que o esporte é sim uma trajetória de superação.
Para Mônica, o genuíno espírito esportivo está presente da forma mais pura e bonita nas modalidades que continuam sendo movidas principalmente pela paixão. “Sempre me chamou a atenção como o esporte mexe com todas as emoções e ajuda a formar pessoas melhores”, ela diz.
Exemplo de superação
Assim surgiu o vínculo com Alexsander Whitaker, bicampeão mundial e medalhista paralímpico de levantamento de peso. Quando Whitaker foi fazer uma palestra no Instituto, Mônica Marchett ficou fascinada com a história de superação do rapaz que se tornou paraplégico ao ser baleado durante um assalto quando tinha 23 anos. Uma das balas atingiu a medula espinhal e outra perfurou um dos pulmões. Ele desenvolveu um quadro de infecção generalizada, o que o levou a permanecer internado por três meses, com severo risco de morte.
Após superar o período mais crítico, Whitaker voltou-se com muito empenho aos esportes, que já praticava intensamente. Dedicando-se ao halterofilismo adaptado – realizado como o supino das academias, com a pessoa levantando o peso deitada –, foi campeão brasileiro ao longo de duas décadas e bicampeão mundial. Em paralelo, formou-se em Nutrição e, pós-graduado em Nutrição Esportiva, passou a atuar como nutricionista do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Hoje, aos 52 anos, Whitaker segue cheio de planos, inclusive o de continuar competindo nos grandes eventos internacionais – estará nas Paralimpíadas de Paris, que serão realizadas entre o final de agosto e o início de setembro deste ano. “Ele é um exemplo como atleta e como pessoa, inclusive em um tema que se tornou muito importante para mim, que é o etarismo”, diz Mônica. “É preciso demonstrar que a pessoa pode assumir novos desafios e fazer planos grandiosos aos 50, aos 60, aos 70 anos, enfim, em qualquer idade.”
Construindo cidadãos
Já o apoio dado a Lucas Mineiro, campeão de MMA (Artes Marciais Mistas), tem relação direta da vivência de Mônica como mãe. Num período em que ela morou em Florianópolis, acompanhava o filho em aulas de jiu-jítsu e percebia o quanto era difícil para aqueles jovens, a maior parte de origem humilde, levar a prática adiante. A empresária passou a ajudar na organização dos torneios e, ao conviver com o meio, percebeu o quanto os jovens que se dedicavam ao esporte eram afetuosos e ligados às famílias, imagem que contrariava o estereótipo de agressividade.
Anos mais tarde, já com o Instituto criado e com o objetivo de desenvolver as capacidades comportamentais em um ambiente seguro, Mônica teve no esporte um grande interesse. Passou a visitar academias de artes marciais em São Paulo para identificar de que forma poderia ajudar. Foi quando conheceu Lucas Mineiro, que tinha uma carreira bem-sucedida como atleta e decidira criar uma iniciativa de apoio a jovens lutadores em busca do estrelato.
A empresária passou a ajudar jovens que vêm de outras partes do País e precisam de apoio para permanecer na capital paulista, com tempo para treinar e acesso a alimentação adequada. “É uma aposta não apenas no resultado esportivo, mas na construção de cidadãos com valores importantes para que o Brasil se torne um país cada vez melhor. Tenho certeza de que o esporte é um ótimo caminho para isso”, conclui Mônica.
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