Existem diversos exames de rotina que costumam ser pedidos pelo médico para poder avaliar a saúde de seu paciente, verificar se está tudo bem e se algo precisa de maior atenção. E um desses exames mais pedidos é o hemograma, que pode dar importantes pistas para identificação de variados problemas de saúde. Entenda!
Hemograma, ou hemograma completo, é um exame muito comum solicitado pelo médico para avaliação geral da saúde. Esse exame é feito por meio de uma coleta simples de sangue, onde é possível identificar se as células sanguíneas (plaquetas, hemácias e leucócitos) estão dentro dos parâmetros normais recomendados.
O profissional de saúde costuma o solicitar como exame de rotina ou para investigar possíveis doenças como, por exemplo, anemia e/ou processos inflamatórios e infecciosos.
O hemograma é um exame realizado com a coleta de sangue por meio da punção venosa convencional (procedimento em que a agulha é inserida na veia para retirar sangue). É aconselhável que não seja feito esforço físico extenuante até 24h antes do exame e o jejum depende do pedido médico, mas, geralmente, não é necessário.
O hemograma é muito importante no auxílio em diagnosticar ou suspeitar de diversas doenças por meio de achados diretos ou indiretos encontrados nas células sanguíneas, tais como:
? Câncer;
? Anemia;
? Infecções;
? Trombocitose (excesso de plaquetas);
? Policitemia (aumento dos glóbulos vermelhos);
? Distúrbios da medula óssea;
? Hemofilia, etc.
O hemograma é dividido entre o eritrograma, leucograma e plaquetas.
Essa é a parte que avalia a série vermelha do sangue, incluindo a dosagem de hemoglobina, contagem total de hemácias, além de parâmetros relacionados ao tamanho dessas células, como o VCM (volume corpuscular médio) e o HCM (hemoglobina corpuscular média).
Por meio desses índices, é possível identificar e diagnosticar alterações como anemia (redução) ou eritrocitose (aumento dos glóbulos vermelhos), condições que podem ser encontradas em uma série de doenças.
Veja algumas referências desses parâmetros e a que condições podem estar associadas:
| Alto | Baixo |
HT ou HCT | Desidratação, sepse e policitemia. | Anemia, perda excessiva de sangue, doença renal, deficiência de ferro e proteínas. |
Hb | Policitemia, insuficiência cardíaca e doenças pulmonares. | Gravidez, talassemia, câncer, doença hepática, renal e doenças autoimunes e inflamatórias. |
VCM | Anemia megaloblástica (ex: deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico), alcoolismo e alterações na medula óssea. | Anemia por deficiência de ferro ou por origem genética (talassemia). |
CHCM | Consumo elevado de álcool ou problemas com a glândula tireoide. | Anemia, insuficiência cardíaca e hipotireoidismo. |
Leucograma
Enquanto o eritrograma investiga os glóbulos vermelhos, o leucograma é responsável pela avaliação dos glóbulos brancos. Alterações na série branca do hemograma são encontradas em infecções, inflamações, alergias e em casos de cânceres hematológicos, como é o caso das leucemias.
Veja algumas referências desses parâmetros e a que condições podem estar associadas:
| Alto | Baixo |
Neutrófilos | Infecções, estresse, diabetes descompensada, câncer, gota e inflamações. | Falta de vitamina B12, anemia falciforme e uso de corticosteróides. |
Eosinófilos | Alergia, retocolite ulcerativa, parasitoses intestinais e infecções fúngicas. | Uso de corticoides, estresse e infecção bacteriana ou viral. |
Basófilos | Policitemia, alergia, catapora ou doença de Hodgkin. | Hipertireoidismo, gravidez, sepse, infecções agudas ou choque anafilático. |
Linfócitos | Infecções virais como mononucleose infecciosa, caxumba e sarampo. | Algumas infecções virais e desnutrição. |
Monócitos | Leucemia, infecção por protozoários e retocolite ulcerativa. | Anemia aplásica. |
As plaquetas são células sanguíneas fundamentais para o processo normal de coagulação e controle das hemorragias. Quando a produção de plaquetas na medula óssea está muito acima do esperado, é necessária atenção para a prevenção de coágulos e trombos sanguíneos. Já quando o nível dessas células encontra-se abaixo do normal, pode haver risco de sangramento aumentado.
Os valores de referência podem variar de acordo com cada laboratório. Esses números costumam ser semelhantes e são baseados pelo sexo e/ou idade do paciente. Veja abaixo uma tabela de referências:
Eritrócitos | Idade | Homens | Mulheres |
3 a 6 anos | 4,1 a 5,3 milhões/mm³ | 4,1 a 5,2 milhões/mm³ | |
6 a 12 anos | 4,2 a 5,1 milhões/mm³ | 4,1 a 5,3 milhões/mm³ | |
12 a 16 anos | 4,4 a 5,5 milhões/mm³ | 4,1 a 5,2 milhões/mm³ | |
Maiores de 16 anos | 4,1 a 5,6 milhões/mm³ | 3,6 a 5,0 milhões/mm³ |
Hematócrito | Idade | Homens | Mulheres |
3 a 6 anos | 33,0 a 43,0% | 35,0 a 44,0% | |
6 a 12 anos | 35,8 a 42,4% | 35,7 a 43,0% | |
12 a 16 anos | 37,3 a 47,3% | 36,3 a 43,4% | |
Maiores de 16 anos | 37,5 a 51,0% | 34,5 a 45,0% |
Hemoglobina | Idade | Homens | Mulheres |
3 a 6 anos | 11,0 a 14,5 g/dL | 11,8 a 14,7 g/dL | |
6 a 12 anos | 12,0 a 14,0 g/dL | 12,0 a 14,5 g/dL | |
12 a 16 anos | 12,8 a 16,0 g/dL | 12,2 a 14,8 g/dL | |
Maiores de 16 anos | 12,5 a 17,0 g/dL | 11,5 a 15,0 g/dL |
Leucócitos | Idade |
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Até 4 anos | 5.000 a 15.000 /mm³ | |
4 a 15 anos | 4.500 a 11.000 /mm³ | |
Maiores de 15 anos | 3.600 a 12.000 /mm³ |
CHCM | Idade |
|
Até 7 meses | 30,0 a 36,0 g/dL | |
7 meses a 3 anos | 31,0 a 36,0 g/dL | |
3 a 7 anos | 31,0 a 36,0 g/dL | |
7 a 13 anos | 31,0 a 36,0 g/dL | |
Maiores de 13 anos | 31,4 a 36,0 g/dL |
Plaquetas | Idade |
|
Até 6 meses | 150.000 a 350.000 / mm³ | |
Superior a 6 meses | 150.000 a 450.000 /mm³ |
Mín. ° Máx. °