Os grupos técnicos da transição de governo para as áreas de Cidades e Desenvolvimento Social elencaram, nos relatórios finais, medidas que consideram prioritárias para os 100 primeiros dias do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A lista inclui ações como a recriação dos conselhos de Segurança Alimentar (Consea) e das Cidades (ConCidades), a implementação do Bolsa Família de R$ 600 e a suspensão de novos empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil.
A GloboNews teve acesso aos relatórios finais dos dois GTs nesta quinta-feira (15). Os documentos dos 36 grupos serão entregues aos futuros ministros escolhidos por Lula, e as principais medidas terão de passar também pelo crivo do presidente eleito e do vice, Geraldo Alckmin (PSB).
O novo governo Lula deve recriar as pastas de Cidades e de Desenvolvimento Social – a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz que o governo pode chegar a 36 ministérios. Os titulares para essas duas áreas, no entanto, ainda não foram anunciados.
O relatório do grupo técnico de Cidades propõe medidas para os primeiros 30, 90 e 100 dias. A lista de sugestões inclui:
O GT também recomenda que o Minha Casa, Minha Vida volte a atender a Faixa 1, das famílias de menor renda. "No governo Bolsonaro nenhum empreendimento foi contratado nessa faixa", diz o texto.
Os especialistas sugerem ainda que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) seja retomado para as áreas de urbanização de assentamentos precários, transporte público coletivo e saneamento básico.
O relatório do grupo técnico de Desenvolvimento Social propõe medidas prioritárias para os primeiros 100 dias de governo. A lista inclui:
O GT de Desenvolvimento Social propõe, ainda, que o futuro governo Lula suspenda novas contratações de empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil (ou do futuro Bolsa Família) – ou, pelo menos, reduza drasticamente os juros – até que o tema seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"As pessoas que tomam o crédito consignado terão a sua renda familiar comprometida, quer permaneçam no programa de transferência de renda, quer não, mesmo que saiam por medida de redesenho, averiguação ou impossibilidade de atualização de informações", diz o relatório.
"Trata-se de uma desproteção social futura, com transferência de valores substanciais da renda dessas famílias para o sistema financeiro", prossegue o documento.
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